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Tipologia de Famílias na Sociedade Contemporânea

Atualizado: 28 de jan. de 2024


Por Manoel Messias de Sousa



Segundo o conceito bíblico, no livro do Gênesis. O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada” “E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem”. “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para unir-se à sua mulher; e já não são mais que uma só carne”. (Gn.2:18:22,24). Por esta narrativa fica claro que a família não é uma obra da engenharia humana e sim desígnio da vontade de Deus.

Segundo o Magistério da Igreja Católica, família é uma comunidade de pessoas (marido, mulher e filhos), com origem e fundamento no sacramento do matrimônio e conceitua família cristã da seguinte forma: família é a célula fundamental da sociedade. É a primeira escola de evangelização, aqui os pais são os primeiros catequistas dos filhos. É uma comunidade íntima de amor. É o bem mais precioso da humanidade. É uma Igreja Doméstica, é um Santuário da Vida. Família é o viveiro das novas gerações, e, portanto, escola de formação integral do homem.

Assim, a família torna-se um espaço valorizado de acolhimento, segurança e cuidado, de transmissão da cultura e valores, de garantia de educação, formação cidadã e bem-estar.

A família no mundo contemporâneo é sem dúvida à entidade mais influenciada ou impactada pelas mudanças culturais e sociais. Por isso, vem sofrendo expressivas transformações, apresentando assim, diferentes modelos, arranjos ou jeito diferente de ser família, hoje.

Os modelos ou arranjos familiares têm origem no jeito de ser da pessoa humana, normalmente carregada de valores culturais divergentes do outro ser parceiro e muitas vezes com perfil psicossocial desalinhado - pensamentos, em odus vivendi excessivamente divergentes. Ora, se o novo casal forma o núcleo comunitário inicial - família, e que à associação destas duas pessoas tem como propósito uma vida em unidade na diversidade, torna-se exigência encontrar pontos em comum para a construção de um relacionamento salutar. Por isso, impõe-nos compreender que à construção da pequena comunidade-família, está sujeita ao alinhamento da consciência humana dosa tores, em vista seus valores procederem de origens familiares com tradições, níveis sociais e econômicos e culturas diferentes.

Quem sabe, à falta de um alinhamento pré-matrimonial e uma consciência razoável de espiritualidade influencie os diversos tipos de família: família de batizados que praticam uma espiritualidade pela vivência concretado seu batismo no engajamento na Igreja ou comunidade; família de batizados que frequentam esporadicamente a Igreja - participando de atos litúrgicos eu sando-a como espaço de aparência social; famílias onde um dos cônjuges participa de religiões diferentes e quer impor à sua religião aos filhos; família de batizados que não frequentam a Igreja e ainda falam mal das religiões e dos pastores; família de batizados que frequentam a Igreja e em seguida procuram orientações de cartomantes e outros tipos de ajuda esotérica; famílias engajadas em movimentos e serviços de espiritualidades que prestam um inestimável serviço à comunidade e a Igreja. Trata-se de famílias com maior ou menor vivência da fé em Cristo e na sua Igreja. Enfim, aparece o último grupo de famílias, formadas de pessoas agnósticas ou que não reconhecem Deus e as religiões. Este tipo de família representa um grande paradoxo: seus membros não acreditam nas religiões, não demonstram qualquer sinal visível de fé cristã, têm seus deuses particulares. Entretanto, às vezes batizam e casam os filhos; assistem missas de corpo presente e de sétimo dia de pessoas amiga sou, personalidades importantes da sociedade local; participam de cerimônias matrimoniais de filhos de amigos e parentes como se num clube ou cenário social estivesse.

Por outro lado, observai-se as famílias em situações difíceis tais como: famílias chefiadas somente pela mãe ou pelo pai; família chefiada por avós; Filhos de Casais separados morando com o pai ou com a mãe; famílias somente com uniões consensuais; Casais formados com pessoas de religiões diferentes; filhos de pais solteiros vivendo na dependência dos parentes; O drama das adolescentes grávidas; O drama das famílias com filhos viciados em drogas e traficantes; as famílias com pessoas envolvidas em crimes de homicídio; as famílias dos presos; as famílias com doentes crônicos; as famílias de migrantes; as famílias sem terra e sem teto para morar, muitas vivendo em condições sub humanas; as famílias desempregadas ou vivendo do subemprego; as famílias que vivem em locais desumanos, sem ruas adequadas, casas sem condições dignas para morar, sem água encanada, sem saneamento básico, sem transporte adequado; famílias que sofrem pela falta de educação adequada e por um sistema de saúde que atenda minimamente a população dos bairros, vilas e distritos; os sem família, indigentes e moradores de rua; constata-se aí um grande paradoxo entre a família ideal, modelo e imagem da família de Nazaré.

Por isso tudo afirmo: não existe família ideal. O que existe é à família possível, a família na sua realidade e diversidade concreta.


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